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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Sonda que irá pousar em cometa prestes a acordar

A sonda Rosetta não irá se contentar em surfar na cauda do cometa - ela vai pousar de fato. [Imagem: ESA/AOES Medialab]  

Pouso no cometa

A sonda espacial Rosetta, lançada pela ESA há quase 10 anos, está prestes a acordar de sua hibernação e começar sua caça ao cometa.

A Rosetta foi lançada em 2 de Março de 2004 e, através de uma série complexa de acelerações gravitacionais - três sobrevoos pela Terra e uma por Marte - seguiu viagem em direção ao seu destino: o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko.

Pelo caminho, ela captou imagens de dois asteroides, Steins, em 5 de Setembro de 2008, e Lutetia, em 10 de julho de 2010.

O nome Rosetta vem da famosa Pedra de Roseta, a partir da qual se conseguiu decifrar os hieróglifos egípcios, cerca de 200 anos atrás. Da mesma forma, os cientistas esperam que a sonda Rosetta consiga lançar uma luz sobre os mistérios e a origem do nosso Sistema Solar.

Ao estudar a natureza de um cometa, com um orbitador e um módulo robótico de pouso, a missão Rosetta poderá revelar muito sobre o papel dos cometas nessa evolução.

Acredita-se que os cometas sejam os blocos primitivos de construção do Sistema Solar e, provavelmente, a fonte de boa parte da água na Terra, talvez até trazendo para a Terra os ingredientes que ajudaram no desenvolvimento da vida.

A sonda Rosetta consiste de uma caixa de três toneladas e três metros de altura, com painéis solares medindo 14 metros. Na caixa estão um módulo de órbita e outro de pouso.

O módulo robótico que deverá pousar no cometa mede um metro de comprimento por 80 centímetros de altura.

Dormindo no espaço

Em julho de 2011 a Rosetta foi posta em modo hibernação para a parte mais fria e distante da viagem, a cerca de 800 milhões de quilômetros do Sol, perto da órbita de Júpiter.

A sonda foi orientada com os seus painéis solares virados para o Sol para que pudessem receber o máximo de luz solar possível, sendo ainda posta numa rotação lenta para manter a estabilidade.

O módulo robótico que deverá pousar no cometa mede um metro de comprimento por 80 centímetros de altura. [Imagem: ESA/AOES Medialab]  






Agora, com o cometa e a própria sonda já na viagem de regresso ao Sistema Solar interior, a equipe da Rosetta prepara-se para religar seus equipamentos. Na verdade, o religamento será automático, feito por um relógio interno, marcado para despertar às 10:00 GMT de 20 de janeiro de 2014 - por volta das 07:00 da manhã no Brasil, dependendo do local por causa do horário de verão.

Quando acordar, a Rosetta irá primeiro aquecer seus instrumentos de navegação e depois terá de parar de rodar, apontando a sua antena principal em direção à Terra, para que a equipe em terra saiba que ela ainda está viva.

"Não sabemos exatamente quando é que a Rosetta fará o primeiro contato com a Terra, mas não esperamos que seja antes das 17:45 GMT do mesmo dia," diz Fred Jansen, o responsável pela missão na ESA (Agência Espacial Europeia).

Encontro com o cometa

Depois de acordar, a Rosetta ainda estará a cerca de nove milhões de quilômetros do cometa. À medida que se aproxima, os 11 instrumentos na sonda e os 10 no módulo de aterragem serão ligados e verificados.
No início de maio, a Rosetta estará a dois milhões de km do seu alvo e, no final do mês, fará uma manobra essencial para se alinhar para o encontro com o cometa em agosto.


As primeiras imagens de um distante 67P/Churyumov-Gerasimenko devem chegar em maio, o que irá melhorar de forma extraordinária os cálculos da posição e da órbita do cometa.

Quando estiver mais próxima, a Rosetta irá capturar milhares de imagens que fornecerão mais detalhes sobre as principais características do cometa, a sua velocidade de rotação e a orientação do eixo de rotação.

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