Visão Cósmica
A missão PLATO venceu a seleção feita pela Agência Espacial Europeia (ESA) dentro do seu programa Visão Cósmica 2015-2025.
O observatório PLATO (Planetary Transits and Oscillations, oscilações e trânsitos planetários) tem um projeto inédito, congregando nada menos do que 34 pequenos telescópios na mesma nave.
O principal objetivo da missão será a busca por exoplanetas e o estudo de suas atmosferas.
O observatório múltiplo vai monitorar estrelas relativamente próximas de nós, procurando oscilações pequenas e regulares de brilho à medida que os planetas passam à sua frente, bloqueando uma pequena fração da luz da estrela.
Telescópio múltiplo
A missão PLATO tem um projeto inédito em relação aos demais telescópios espaciais: em vez de uma única lente ou espelho, ela usará um conjunto de telescópios montados em uma plataforma única.
Os telescópios enviarão a luz que captarem para 136 sensores de imagem, compondo o maior CCD já enviado ao espaço, com 2,5 bilhões de pixels.
O observatório deverá rastrear pelo menos um milhão de estrelas durante sua missão de seis anos, cobrindo metade do hemisfério celeste.
Também serão conduzidos estudos de astrossismologia, a atividade sísmica nas estrelas, permitindo uma caracterização precisa da estrela de cada planeta descoberto, incluindo a sua massa, raio e idade.
Quando combinados com observações no solo sobre a velocidade radial, os dados da missão PLATO irão permitir calcular a massa e o raio dos exoplanetas e, a partir daí, a sua densidade, fornecendo pistas sobre a composição de cada um.
Embora se espere que a missão identifique e estude milhares de sistemas exoplanetários, será dada ênfase à descoberta e caracterização de planetas com o tamanho da Terra e super-Terras na zona habitável das suas estrelas - a distância que permite a existência de água líquida nos planetas.
A expectativa é que os telescópios da missão PLATO encontrem milhares de exoplanetas similares à Terra, muitos deles na zona habitável. [Imagem: ESA/C. Carreau |
Sol e matéria escura
A PLATO vai juntar-se à Solar Orbiter e à Euclid, que foram selecionadas em 2011.
A Solar Orbiter será lançada em 2017 para estudar o Sol e o vento solar a uma distância de menos de 50 milhões de quilômetros da nossa estrela - a NASA tem uma missão semelhante, a Solar Probe Plus -, enquanto o Euclid, que será lançado em 2020, irá estudar a energia escura, matéria escura e a estrutura do Universo.
A PLATO será lançada em um foguete Soyuz a partir do Porto Espacial Europeu em Kourou, em 2024, para uma missão inicial de seis anos. O observatório irá operar a partir do ponto L2 (Lagrange 2), um ponto virtual no espaço, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
As outras missões que competiam pelo lançamento eram: EChO (Observatório de Caracterização de Exoplanetas), LOFT (Grande Observatório para Temporização de Raios X), MarcoPolo-R (para recolher e trazer amostras de um asteroide próximo da Terra) e STE-Quest (Explorador Espaço-Tempo e Teste do Princípio de Equivalência Quântica no Espaço).
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