Normalmente, as manchas
solares surgem e desaparecem rapidamente. Algumas, mais teimosas, chegam
a fazer duas revoluções ao redor da estrela. Iniciar a terceira volta é
bastante raro e a antiga mancha AR1944 parece ser um desses casos. E já
chegou nervosa!
Na manhã desta segunda-feira (24/02), as imagens do telescópio solar
SDO, da NASA, registraram duas fortes ejeções de massa coronal ocorridas
no limbo leste do Sol. Foram erupções de classe M provocadas por uma
região ativa já bastante conhecida dos leitores do Apolo11 e que está
voltando à face visível da estrela: a mancha inicialmente batizada de
AR1944.
Essa região surgiu no limbo do Sol no final de dezembro de 2013 e era
tão grande que foi possível vê-la sem auxílio de instrumentos durante
vários dias, apenas com uso de filtros solares de alta densidade.
Estima-se que seu tamanho chegou a 4.5 bilhões de km quadrados e por
três vezes o Apolo11 transmitiu ao vivo as imagens dessa mancha.
Durante sua estadia na face visível do Sol, AR1944 disparou diversos
flares de raios-x, com alguns alcançando a Classe-X, das emissões de
altíssima intensidade.
Devido à rotação do Sol, AR1944 desapareceu no limbo oeste, mas
percorreu toda a extensão posterior da estrela até ressurgir novamente
no leste solar em 27 dee janeiro, quando foi batizada de AR 1967.
Durante sua presença, AR 1967 evolui e atingiu praticamente metade do
tamanho original, mas manteve a característica magnética
beta-gama-delta, similar à antecessora. A mancha emitiu diversos flares
de raios-x, entre eles um de classe M4.9 responsável por ejeção de massa
coronal não dirigida à Terra.
Da mesma forma que AR1944, AR 1967 também rotacionou e permaneceu
escondida de nossos olhos durante vários dias, mas a persistência da
região não a fez sucumbir.
Neste momento, a mancha está praticamente colada ao limbo leste, pronta
para ressurgir na face visível do Sol. Isso deverá ocorrer nas próximas
24 ou 48 horas, quando receberá uma nova designação.
Como a mancha já está despontando e causando flares de emissão
relativamente fortes, podemos esperar novas erupções à medida que a
região se torna mais visível. A mancha promete!
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