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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Cápsula espacial soviética vai a leilão em Bruxelas

Aparelho foi fabricado pela União Soviética como parte da corrida espacial que realizava contra os Estados Unidos durante a Guerra Fria


Cápsula soviética fez várias viagens ao espaço e foi avaliada em US$ 2 milhões
Uma cápsula espacial soviética dos anos 1960, avaliada em até US$ 2 milhões (quase R$ 4,5 milhões), vai a leilão nesta quarta-feira em Bruxelas em uma transação inédita na Europa.
O único equipamento desse tipo já vendido publicamente foi a cápsula Vostok, na qual o cosmonauta russo Yuri Gagarin realizou o primeiro voo ao espaço, em 1961, adquirida em Nova York em 2011, por US$ 2,7 milhões (mais de R$ 5 milhões).
Batizado de Vozvrashchayemyi Apparat (VA), o aparelho que será leiloado em Bruxelas foi fabricado pela União Soviética como parte da corrida espacial que realizava contra os Estados Unidos durante a Guerra Fria.
A VA e sua concorrente americana se destacaram como as duas únicas cápsulas do mundo lançadas à órbita duas vezes.
Em julho de 1977, a versão soviética levou três cosmonautas em uma viagem de um mês ao redor da Lua, concebida como uma resposta ao programa americano Apollo.
A cápsula voltou a ser lançada em março de 1978, esta vez para um voo não-tripulado da missão Cosmos 998 que completou uma volta em torno da Terra.
Entre 1980 e 1982, foi utilizada para testes de aterrissagem em alto mar, antes de ser comprada pela companhia britânica Excalibur Almaz, especializada em turismo espacial.
O equipamento acabou sendo comprado por um colecionador americano, que agora o coloca à venda por meio da filial belga da casa de leilões alemã Lempertz.
Valor histórico
Além da cabine de 2,2 metros de altura, 2,8 metros de diâmetro e pesando 1,85 toneladas, gravada com o número de série oficial e acompanhada de seu painel de comandos de bordo, também estão à venda duas roupas espaciais não relacionadas à VA, avaliadas em entre 55 mil e 60 mil euros cada.
Uma delas foi utilizada pelo astronauta russo Alexander Kaleri durante um voo até a estação espacial MIR, em 1996, e a outra pelo americano Michael Foale durante um voo da Expedição ISS 8, em 2003.
Segundo a diretora da Lempertz Bélgica, Christine De Schaentzen, quatro empresas privadas manifestaram interesse pelo lote, uma delas belga e as demais alemãs.
"(A compra) é um investimento em uma peça rara, cujo valor só poderá aumentar por seu valor histórico", explicou à BBC Brasil.
A identidade do comprador não será revelada.

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