Artur Ávila, ganhador da Medalha Fields, se encontrou com a petista e sugeriu ampliação dos investimentos federais em algumas áreas
Nesta quinta-feira, a presidenta Dilma Rousseff recebeu Artur Ávila, brasileiro ganhador da Medalha Fields, considerada o Nobel da Matemática, e outros representantes do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e da Academia Brasileira de Ciências. Durante o encontro, eles sugeriram a ampliação dos investimentos federais em ciência, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento.
O matemático Jacob Palis, presidente da Academia Brasileira de Ciências, disse que o grupo defendeu que os investimentos no setor cheguem a 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente, segundo ele, o governo investe cerca de 1,2%. “A China já está alcançando os 2%. Propusemos para a presidenta esse desafio de, no programa dela para a próximo período, objetivar alcançar esse número”, disse.
Segundo Palis, Dilma se mostrou “simpática” à ideia, mas não se comprometeu em incluir o número em seu programa de governo para um eventual segundo mandato, caso seja reeleita.
Ávila, que estudou no Impa e hoje é pesquisador da entidade, disse que o instituto foi apresentado à presidenta como um modelo para outros campos do conhecimento. “Há flexibilidade administrativa no Impa e isso permite aproveitar os talentos tanto na formação como no recrutamento de pesquisadores, tanto brasileiros quanto estrangeiros”, afirmou.
O diretor do Impa, César Camacho, destacou a característica do instituto de não exigir diploma dos estudantes que participam dos cursos, o que tem atraído candidatos jovens e também ajudado a instituição a detectar talentos precoces da matemática e de outras ciências. “Há um princípio básico que Impa adotou, que é o parâmetro de que qualquer decisão tem que obedecer a critérios extremamente exigentes de mérito científico”, contou.
Artur Ávila é o único ganhador da Medalha Fields formado em um país em desenvolvimento. Vencedor de medalha de ouro em duas edições da Olimpíada Brasileira de Matemática, o pesquisador disse que o evento estimula os estudantes a conhecer mais a ciência.
“As olimpíadas são uma maneira eficiente, não só no Brasil, mas também em outros países, de detectar talentos e motivar as crianças a fazer matemática. A problemática dos exames é muito mais interessante que a apresentada na escola, muito mais desafiadora, leva o aluno a buscar mais e, atualmente, dá origem a vários talentos da ciência”, avaliou.
O encontro dos matemáticos com a presidenta Dilma no Palácio da Alvorada durou cerca de 45 minutos e também teve a participação dos ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Clélio Campolina; e da Fazenda, Guido Mantega, que já estava no local para outra reunião.
fonte: Terra
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