No entanto, há uma brecha na teoria geral da relatividade de Einstein
que poderia permitir que uma nave atravesse grandes distâncias em menos
tempo do que levaria a luz. O truque? Não é a nave que se moverá – e sim
o espaço ao redor.
Na verdade, os cientistas da NASA estão
agora trabalhando no primeiro teste prático para provar a possibilidade
de que motores de dobra possam viajar mais rápido que a luz.
Segundo a teoria de Einstein, um objeto
com massa não pode ir tão ou mais rápido do que a velocidade da luz. A
série original “Star Trek” ignorou esse “limite universal de velocidade”
em favor de uma nave que pode chegar à outra galáxia em questão de dias
ou décadas, dependendo da distância da Terra. Eles tentaram explicar as
capacidades da nave mais rápida do que a luz ao ligar o motor de dobra
com um motor de “matéria-antimatéria”. Quando matéria e antimatéria se
colidem, suas massas são convertidas em energia cinética de acordo com a
fórmula de equivalência massa-energia de Einstein: E = mc2.
Em outras palavras, a colisão de
matéria-antimatéria é uma poderosa fonte de energia e combustível, mas
mesmo assim não seria suficiente para impulsionar uma espaçonave para
velocidades mais rápidas do que a luz.
No entanto, graças a “Star Trek” que a palavra “motor de dobra” é hoje praticamente sinônimo de viajar mais rápido que a luz.
O motor de dobra é possível?
Décadas após a série original “Star
Trek” sair do ar, o físico Miguel Alcubierre argumentou que talvez a
velocidade de dobra seja possível. Ela simplesmente não iria funcionar
da maneira que “Star Trek” pensou.
Coisas com massa não podem se mover mais
rápido que a velocidade da luz. Mas e se, em vez de a nave se mover
através do espaço, o espaço se mover através da nave
?
O espaço não têm massa. E nós sabemos
que ele é flexível: o espaço vem se expandindo à uma taxa mensurável
desde o Big Bang. Sabemos disso a partir da observação da luz de
estrelas distantes – ao longo do tempo, o comprimento de onda da luz das
estrelas, uma vez que atinge a Terra, é alongado em um processo chamado
de “redshift” – desvio para o vermelho. De acordo com o efeito Doppler,
isto significa que a fonte do comprimento de onda se move para longe do
observador – ou seja, da Terra.
Então, nós sabemos a partir da observação do redshift que o tecido do espaço é móvel.
Alcubierre usou esse conhecimento para explorar uma brecha no “limite de
velocidade universal.” Na sua teoria, a nave nunca é mais rápida do que
a velocidade da luz – em vez disso, o espaço à frente da nave é
contraído, enquanto o espaço atrás é expandido, permitindo que a nave
viaje distâncias em menos tempo do que a luz. A própria nave permanece
no que Alcubierre chama de “bolha de dobra”, e dentro dessa bolha, nada
nunca será mais rápido do que a velocidade da luz.
O primeiro passo para saber se uma unidade de dobra é funcional é provar se é possível criar a “bolha de dobra” artificialmente.
Projeto de um motor de dobra da NASA
De acordo com a teoria de Alcubierre,
pode-se criar uma bolha de dobra através da aplicação de energia
negativa, ou a energia criada no vácuo. Este processo baseia-se no
efeito Casimir, que afirma que o vácuo não é na verdade um vazio. Em vez
disso, o vácuo é, na verdade, cheio de ondas electromagnéticas
flutuantes. Distorcer estas ondas gera energia negativa, que
possivelmente distorce o espaço-tempo, criando uma bolha de dobra.
Para ver se a distorção espaço-tempo
ocorre em um experimento de laboratório, os pesquisadores brilham dois
lasers altamente direcionados: um através do vácuo e um através do
espaço regular. Os investigadores então comparam os dois feixes, e se o
comprimento de uma onda atravessando o vácuo é alongado, saberão que a
onda passou através de uma bolha de dobra.
Os pesquisadores ainda não conseguiram
obter dados suficientes para chegar à uma conclusão, mas estão muito
otimistas e acreditam que podem provar que é possível desenvolver um
motor de dobra funcional.
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